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Coletivo Legítima Defesa aborda exílio de Abdias Nascimento e trajetórias negras e indígenas em dois espetáculos no Sesc Franca

Dramaturgias de Eugênio Lima, Claudia Schapira, Aldri Anunciação e Dione Carlos ocupam o último final de semana de janeiro no teatro do Sesc Franca e reúnem experiências de mulheres e homens negros e indígenas contra a dominação colonial. Um dos espetáculos tem participação de Antônio Pitanga

23/01/2025 às 18h39
Por: Redação
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FOTO: Cristina Maranhão
FOTO: Cristina Maranhão

Nos dias 31 de janeiro e 01 de fevereiro, sexta e sábado, com sessões às 19h30, o Coletivo Legítima Defesa apresenta, no teatro do Sesc Franca, os espetáculos Améfrica: em Três Atos e Exílio: Notas de um Mal-Estar que Não Passa. 

O primeiro, que teve duas indicações ao Prêmio Shell – a mais tradicional premiação da cena teatral brasileira – tem dramaturgia de Claudia Schapira, Aldri Anunciação e Dione Carlos e participação de Antonio Pitanga. A obra trata das trajetórias negras e indígenas a partir de seus próprios legados, trazendo à tona narrativas soterradas pela herança colonial, elaborando, de forma poética e política, as confluências negras e ameríndias e seus desdobramentos sociais e históricos no Brasil. 

Améfrica: em Três Atos fundamenta-se em uma narrativa épica/fantástica criada a partir de histórias diversas sobre personagens presentes nos levantes históricos, nas cosmovisões e nas narrativas negras e indígenas, incluindo as diferentes práticas rituais e literaturas orais existentes no país. A partir da noção de Amefricanidade, cunhada por Lélia Gonzalez, do Conceito-ação de Retomada, dos Tupinambá da Serra do Padeiro, e do conceito de Confluência, elaborado por Antônio “Nego Bispo”, serão feitos contrapontos aos personagens da história oficial colonial no continente americano. As artes de Abdias Nascimento disparam a iconografia desse espetáculo do coletivo paulistano.

Exílio: Notas de um Mal-Estar que Não Passa, com dramaturgia de Eugênio Lima e Claudia Schapira, é definido pelo grupo como uma “transcriação da poética” do período de exílio vivido por Abdias Nascimento e a sua relação com o diretor de teatro e dramaturgo brasileiro Augusto Boal. Eugênio Lima, diretor do espetáculo, descreve: “Nosso espetáculo constitui-se como um sample de textos em que tudo é documento”. E complementa: “A peça é fundamentada na ideia de que existe uma relação entre o Abdias Nascimento e o Augusto Boal que não foi contada. Nosso principal argumento é que o início do Teatro Experimental do Negro se funde com o começo da carreira dramatúrgica do Boal, já que o primeiro texto que ele escreveu foi para o TEN”. Para Abdias, todo negro fora da África vive um autoexílio. Esse conceito permeia o espetáculo, que usa metalinguagem com a equipe técnica em cena e Eugênio dirigindo, como em um ensaio.

O cenário de Exílio: Notas de um Mal-Estar que Não Passa inclui projeções de documentos históricos do Ipeafro – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, fundado por Abdias na década de 1980, e do Instituto Augusto Boal, com videografia de Bianca Turner e luz de Matheus Brant. No som, o espetáculo traz depoimentos de Léa Garcia, Ruth de Souza e Abdias Nascimento, além de obras de Frantz Fanon. A trilha, ponto alto do espetáculo, explora ritmos variados, com Hip Hop dos anos 1980 e 1990, Philip Glass, Racionais MC’s, tambores de candomblé, Billie Holiday e Marvin Gaye, sob direção musical de Eugênio Lima.

O Coletivo Legítima Defesa, formado em 2015, é composto por artistas, atores e atrizes, djs e músicos de ação poética, portanto política, que tem como foco a reflexão e a representação da negritude, seus desdobramentos sociais históricos e seus reflexos na construção da persona negra no âmbito das linguagens artísticas. Constituindo desta forma um diálogo com outras vozes poéticas que tenham a negritude como tema e pesquisa. É um ato de guerrilha estética que surge da impossibilidade, da restrição, da necessidade de defender a existência, a vida e a poética. 

        

Ficha Técnica  

 AMÉFRICA: EM TRÊS ATOS

Direção: Eugênio Lima

Dramaturgia: Claudia Schapira, Aldri Anunciação e Dione Carlos

Intervenção Dramatúrgica: Coletivo Legítima Defesa

Com a participação: Frantz Fannon, Racionais MCs, Lélia Gonzalez, Aimé Cesarie, Maurinete Lima, Neusa Santos Sousa, bell hooks, W. E. B. Du Bois, Amílcar Cabral, William Shakespeare,

Silvia Federici, Eliane Brum, Yina Jiménez Suriel, Robin DiAngelo, Célia Xakriabá, Renata Tupinambá, Denilson Baniwa, Ailton Krenak e Samora Machel

Elenco Legítima Defesa: Walter Balthazar, Luz Ribeiro, Jhonas Araújo, Gilberto Costa,

Fernando Lufer, Nádia Bittencourt, Eugênio Lima e Luan Charles Atriz convidada: Janaína Silva e Thaís Peixoto

Convidados: Hukena Yawanawa e Antônio Pitanga (em vídeo)

Retomadas: Coletivo O bonde, Jairo Pereira, Thereza Morena e Espiralar Encruza (em vídeo)

Convidados: Edivan Fulni-ô e Renata Tupinambá 

Consultoria Artística: Renata Tupinambá

Consultoria em culturas ameríndias: Majoí Gongora

Produção Executiva: Iramaia Gongora_Umbabarauma Produções Artísticas

Direção Musical: Eugênio Lima

Vídeografia: Bianca Turner e Mônica Ventura

Iluminação: Matheus Brant

Cenário: Iramaia Gongora

Figurino: Claudia Schapira

Música: Eugênio Lima, Neo Muyanga, Luan Charles e Roberta Estrela D’Alva

Vídeo: Ana Júlia Trávia, Matheus Brant e Cristina Maranhão

Direção de gesto e Coreografia: Luaa Gabanini 

Spoken Word: Roberta Estrela D’Alva

Fotografia: Cristina Maranhão

Tradução Tupi Guarani: Luã Apyká , etnia Tupi Guarani, aldeia Tabaçu Rekoypy -SP

Design: Sato do Brasil

Artistas Convidadas: Juliana Xukuru e Marcely Gomes

Assistência de Direção: Gabriela Miranda e Iramaia Gongora

Assistência de Produção: Thaís Cris e Thaís Venitt_ Quica Produções

Músicos: Eugênio Lima e Luan Charles

Cenotécnico: Wanderley Wagner

Desenho de som: Eugênio Lima

Operação de videografia: Bianca Turner e Vic Von Poser

Engenharia de som: João Souza Neto e Clevinho Souza 

Costureira: Cleusa Amaro da Silva Barbosa

Voz Off: Sandra Nanayna, Maurinete Lima, Dorinha Pankará, Hukena Yawanawa e Cacique Babau

Parceiros: Márcio Goldmann, Casa do Povo, Próxima Cia, Sandra Nanayna, Karine Narahara, Dorinha Pankará, Antônio Bispo, Naine Terena, Edivan Fulni-ô, Cacique Babau e Geni Nuñez.

 

EXÍLIO: NOTAS DE UM MAL-ESTAR QUE NÃO PASSA

Direção, direção musical, música e desenho de som: Eugênio Lima

Dramaturgia: Eugênio Lima e Claudia Schapira

Intervenção dramatúrgica: Coletivo Legítima Defesa

Com samplers dramatúrgicos de: Frantz Fanon, Racionais MC’s, Augusto Boal, Abdias Nascimento, Maurinete Lima, Eugene O'Neill, Nelson Rodrigues, Agnaldo Camargo, Ruth de

Souza, Léa Garcia, Túlio Custódio, Guilherme Diniz, Gianfrancesco Guarnieri, Molefi Kete Asante e Iná Camargo Costa

Elenco do Legítima Defesa: Walter Balthazar, Luz Ribeiro, Jhonas Araújo, Gilberto Costa, Fernando Lufer e  Eugênio Lima

Atrizes convidadas: Thaís Peixoto e Luaa Gabanini (em vídeo)

Produção: Iramaia Gongora Umbabarauma Produções Artísticas

Videografia: Bianca Turner  Iluminação: Matheus Brant

Figurino: Claudia Schapira

Direção de gesto e coreografia: Luaa Gabanini  

Assistência de direção: Fernando Lufer

Fotografia: Cristina Maranhão  

Design: Sato do Brasil

Consultoria vocal: Roberta Estrela D´Alva

Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Carol Zeferino e  Daniele Valério

Cenotécnico: Wanderley Wagner

Vídeo: Matheus Brant

Engenharia de som: João Souza Neto e Clevinho Souza

Costureira: Cleusa Amaro da Silva Barbosa 

Parceiros: Casa do Povo, Ipeafro, Instituto Boal, Editora 34 e Editora Perspectiva

 

 Serviço  

Améfrica: em Três Atos

Com Coletivo Legítima Defesa 

Data: 31 de janeiro. Sexta, 19h30 

Duração: 150 minutos | Classificação indicativa: 18 anos  

Ingressos à venda: R$30 (inteira), R$15 (meia), R$10 (credencial plena) 

 

Exílio: Notas de um Mal-Estar que Não Passa

Com Coletivo Legítima Defesa 

Data: 01 de fevereiro. Sábado, 19h30 

Duração: 135 minutos | Classificação indicativa: 12 anos  

Ingressos à venda: R$30 (inteira), R$15 (meia), R$10 (credencial plena) 

 

Ingressos podem ser adquiridos via aplicativo Credencial Sesc SP, Central de Relacionamento Digital (desktop) ou presencialmente nas unidades do Sesc.   

Local: Teatro do Sesc Franca   

Endereço: Av. Dr. Ismael Alonso Y Alonso, 3071. Franca – SP.

Site: sescsp.org.br/franca   

Instagram: @sescfranca  

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