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Gripe aviária: Brasil volta a ser considerado livre em granjas, mas riscos para a segurança dos alimentos exigem vigilância contínua

Notificação oficial foi enviada à OMSA; Paula Eloize alerta que prevenção segue sendo prioridade para o setor alimentício

21/06/2025 às 09h05
Por: Redação
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Gripe aviária: Brasil volta a ser considerado livre em granjas, mas riscos para a segurança dos alimentos exigem vigilância contínua
 

O Brasil se declarou oficialmente livre da gripe aviária de alta patogenicidade (HPAI) em granjas comerciais, após 28 dias sem novos registros da doença, conforme protocolo da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O comunicado foi enviado nesta quarta-feira (18) pelo Ministério da Agricultura.

O marco permite a retomada gradual das exportações brasileiras de carne de frango, que sofreram restrições parciais ou totais por cerca de 80 países desde que um foco foi identificado em Montenegro (RS), no mês passado.

Mas, apesar da boa notícia para o comércio exterior, a situação sanitária segue sob atenção. Desde 2023, quando a gripe aviária foi registrada pela primeira vez no país, o Brasil já somou 174 casos confirmados — 168 em aves silvestres, cinco em criações domésticas de subsistência e um único em granja comercial.

“A reabilitação do status é uma etapa importante, mas não significa que o risco desapareceu. A gripe aviária é uma zoonose séria, que exige atenção constante. A segurança dos alimentos passa pela vigilância ativa e por protocolos rigorosos nas granjas, nos frigoríficos e ao longo de toda a cadeia produtiva”, explica Paula Eloize, consultora em segurança dos alimentos.

De acordo com o Ministério da Agricultura, os 28 dias de “vazio sanitário” foram fundamentais para garantir que não restassem vestígios do vírus no ambiente de produção. No entanto, focos em aves silvestres e em criações de subsistência continuam sendo monitorados.

“O consumidor muitas vezes não percebe que a segurança dos alimentos está diretamente ligada à saúde animal e ao controle dessas doenças. Casos como esse demonstram a importância de uma atuação técnica e preventiva para proteger a cadeia de alimentos — do campo ao prato”, reforça Paula Eloize.

Mesmo com o status sanitário recuperado, a liberação das exportações dependerá agora das decisões de cada país importador, que avaliam individualmente o cenário brasileiro.

“Mais do que atender às exigências internacionais, o que está em jogo é a confiança do consumidor e a reputação sanitária do Brasil. Por isso, investir em rastreabilidade, monitoramento e boas práticas de fabricação é imprescindível para garantir alimentos seguros”, conclui Paula.

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